6 de fev. de 2015

Entrevista S&Y: Paulo Henrique Fontenelle e "Cássia Eller"

"Muita gente só conhecia a Cássia Eller pelo que via na TV e nos shows, com a imagem da mulher que cospe e mostra os peitos em um show. Quem for ver o filme vai conhecer outra Cássia: amiga, irmã e mãe de família", explica o cineasta Paulo Henrique Fontenelle, que começou a conceber o filme em 2010. 

Segundo ele, a faísca para a realização do documentário foi a ausência de trabalhos sobre a artista. "Estava em casa ouvindo um disco dela e queria saber mais sobre sua história. Tirando uma biografia fora de catálogo, não havia nada: nenhum filme, nenhum documentário", diz Fontenelle, que demorou quatro anos para realizar o projeto, baseado em cerca de 40 entrevistas e com mais de 400 horas de imagens de arquivo. "Cada fita que a gente conseguia encontrar parecia um Santo Graal", brinca.

Não é a primeira vez, porém, que Fontenelle se depara com um biografado de trajetória polêmica e sensível: sua estreia em longas-metragem foi com “Loki”, de 2008, que contava a história do mutante Arnaldo Baptista de forma delicada. Feito em parceria com o Canal Brasil, o filme acabou promovendo uma revitalização da obra de Arnaldo, com novas edições de seus discos e a volta do artista aos palcos. É graças a “Loki” que o cineasta conseguiu a autorização da família de Cássia Eller para fazer seu filme.

“A Eugênia [companheira de Cássia durante 15 anos] tinha uma resistência ao projeto, mas como ela e o Chicão [filho da cantora] tinham gostado do ‘Loki’, eles aceitaram conversar comigo”, conta o diretor. “Ela só me pediu para que mostrasse tudo da Cássia: as drogas, os casos amorosos, mas também o lado família e companheiro”, completa o diretor, que também realizou “Dossiê Jango” em 2013 – uma espécie de filme denúncia sobre as circunstâncias da morte do ex-presidente João Goulart.

Bati um papo com o Paulo Henrique Fontenelle um pouco antes da estreia do "Cássia Eller". A íntegra da conversa está no Scream & Yell, e contém não só perguntas sobre a cantora de "Malandragem", mas também detalhes da carreira do documentarista e de "Loki", seu primeiro longa-metragem, além de um top 5 documentários musicais. 

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